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Bebês Reborn, Plantas Artificiais e o Bom Senso: uma Reflexão Sobre o Real e o Fingido

  • Foto do escritor: Thulio Castro
    Thulio Castro
  • 28 de mai.
  • 2 min de leitura

Você já ouviu falar das bonecas reborn? São aquelas hiper-realistas, feitas com tanto capricho que parecem bebês de verdade. Têm nome, enxoval, berço, carrinho de passeio e até… consultas médicas.



Sim, você leu certo. Já houve caso de gente tentando levar essas bonecas pra atendimento no posto de saúde, com direito a psicólogo e tudo. E foi por isso que o vereador Breno Mendes, aqui em Porto Velho (RO), apresentou um projeto de lei propondo a proibição do uso de recursos públicos para atendimentos voltados a bonecas reborn, exceto nos casos com prescrição e acompanhamento médico. A proposta quer garantir que o SUS e os serviços de assistência social atendam pessoas reais, de carne, osso e necessidade concreta.



E aí você me pergunta: “Thulio, o que isso tem a ver com paisagismo?

Eu te respondo: tudo.


A metáfora do plástico que finge ser vida

Tem gente que ama plantas artificiais. E tudo bem. Elas não dão trabalho, não morrem e estão sempre com a mesma cara — perfeitas pra quem não quer se comprometer com a rega ou a luz do sol. Mas vamos ser honestos: planta artificial não purifica o ar, não atrai passarinho, não contribui com o ecossistema. Serve pra decorar, e só. E tá tudo certo com isso. Desde que a gente saiba o que é de mentira e o que é de verdade.


A boneca reborn pode até parecer um bebê. Pode despertar instintos, afetos, fantasias. E eu sou totalmente a favor da liberdade individual: cada um que viva sua doidice com dignidade — desde que não custe dinheiro público já tão escasso.


O problema começa quando o faz de conta exige estrutura pública. Quando a planta de plástico quer atendimento do IBAMA. Quando a boneca de silicone quer lugar na fila do SUS.



Real é o que cresce, se transforma e exige cuidado

No paisagismo, a gente aprende cedo que vida demanda presença, dedicação e adaptação. Uma planta real morre se não for cuidada. Uma árvore responde ao solo, ao clima, ao espaço. Um jardim pulsa. Por isso, quando vejo certas distorções da realidade — onde se investe energia pública no que é simbólico, em vez de no que é vital —, me preocupo. Não se trata de preconceito ou perseguição. Se trata de prioridade e bom senso.


Se você quer amar uma boneca como filha, vá em frente. Se isso te ajuda, ótimo. Mas não peça vaga na creche. Quer decorar sua sala com planta artificial? Show. Mas não espere sombra ou oxigênio.



No fim das contas, a pergunta que fica é:

Estamos cuidando do que é real ou alimentando demais o que é só projeção?

E você, o que acha disso tudo? Concorda com o projeto de lei? Acha exagero? Planta de plástico merece passar pelo agrônomo? Boneca reborn precisa de pediatra?


Deixe seu comentário e bora conversar. Porque entre a estética e a essência, eu continuo escolhendo o que tem raiz.


Texto: Thulio Castro

28 de maio de 2025

 
 
 

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A Academia Floresta Urbana é uma plataforma de cursos livres, voltada para o treinamento e capacitação de paisagistas, arquitetos, jardineiros e profissionais afins, além de entusiastas, que desejam aprender sobre paisagismo através do conhecimento e experiência compartilhados por Thulio Santiago Castro, engenheiro florestal / paisagista, com mais de 20 anos de atividades voltadas às plantas, jardins e paisagismo. Os cursos oferecidos não possuem certificação reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC), sendo destinados exclusivamente ao desenvolvimento profissional e pessoal.

Os cursos livres estão amparados pelo Decreto nº 5.154/2004, que regulamenta a Educação Profissional e Tecnológica no Brasil, permitindo a oferta de formações voltadas para a capacitação e atualização de habilidades específicas, sem a necessidade de autorização prévia ou certificação do MEC.

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